Expressa o facto no momento em que se fala. Pessoal e transmissível.
11
Out 12
publicado por José Maria Barcia, às 15:11link do post | comentar

 

Carlos Zorrinho disse à TSF que a bancada parlamentar do PS poupou ao só pagar 3700 euros por mês para quatro carros. Defende-se, dizendo que o grupo parlamentar tem um presidente, 12 vice-presidentes e 74 deputados. E precisam de carros no valor de 60 mil euros. Vai na volta e isto é populismo. Porque os deputados precisam de luxos e comodidades para exercer o seu mandato sem quaisquer problemas. Que um custo de 3700 euros por mês não é nada comparado com o défice de muitos mil milhões.

 

Isto é tudo uma palhaçada. O deboche – não há outra palavra – atinge proporções gigantes. O partido da oposição que não é oposição porque prefere abster-se de tudo é recompensado com carros de luxos. E o líder da bancada parlamentar ainda tem a lata, ou menos, a insensibilidade de dizer que poupou com este negócio. Junte-se isto ao golfe de 50 mil euros para os senhores deputados e pergunte-se: ‘’por que raio todos dizem que os políticos são maus?’’.

 

Ainda não sei...

 

 

Mais ridículo ainda é só agora começarem a aparecer as negociatas de Pedro Passos Coelho. Desta vez com o suspeito do costume – Sua Excelência, o pseudo-engenheiro ou doutor, Miguel Relvas. É preciso um jornal estar a acabar para sair esta noticia: no Público ‘’Relvas ajudou empresa ligada a Passos a ter monopólio de formação em aeródromos do Centro’’. Portanto, Passos Coelho, à altura, um mero gestor, usa Miguel Relvas, um mero secretário de estado para ganhar dinheiro. Faz sentido. Tudo muito legal.

 

Era o tempo das vacas gordas e os fundos europeus jorravam dinheiro por este pedaço de terra à beira-mar plantado. E há sempre as ervas-daninhas que se imiscuem nas águas de todos. Hoje, um é primeiro-ministro e o outro é ministro. São os melhores amigos e, tal como as hienas se juntam para atacar o que quer ou quem quer que seja, um protege o outro e vice-versa.

 

Concluindo, os grandes actores políticos de Portugal continuam a comportar-se em aura de impunidade. São eles as vitimas porque nunca têm culpa. Não são hipócritas porque esses sabem quando erram. São piores, são escumalha sem escrúpulos. São gente deslumbrada com dinheiro e poder. E isto, não é populismo na simples medida em quem nos governa é assim tão básico. Para eles, basta isto. No fundo, não passam de um bando de hienas.


18
Set 12
publicado por José Maria Barcia, às 20:34link do post | comentar

 

 

Fui à manifestação do último sábado. Mais que uma mera manif, foi um protesto. Mais que isto, foi um desabafo. Em Lisboa, onde estive, as pessoas desabafaram. Pouco interessou o tema que levou mais de meio milhão de pessoas à rua - ''que se lixe a troika, queremos as nossas vidas de volta''. Aliás, este título é injusto, na medida em que os nossos credores acabam por ser os mais honestos neste panorama de pré-crise política e institucional.

 

O governo falho na aplicação das medidas de corte da despesa. Aquilo que hoje se considera austeridade, é para o governo uma conta tecnocrata entre défice, juros e impostos. Para este governo, tudo o resto tomou um lugar secundário. Acima disto, está uma opinião generalizada de que não há ministros bons. Começando, obviamente, por Miguel Relvas. O ministro da licenciatura por equivalência, pressões aos jornalistas e ligações demasiado debochadas a grupos de poder como a maçonaria, é o primeiro da lista de desagrados. Num país civilizado, isto seria intolerável. O estilo mafioso de agir de Relvas devia fazer escola em Sicília. Provavelmente, com equivalência.

 

Em segundo, os ministros do CDS: Paulo Portas, Assunção Cristas e até Pedro Mota Soares. Se o primeiro ainda não percebeu que um coligação implica jogo de equipa e não jogo de política, a segunda não sabe o que está a fazer. Creio que as suas motivações podem ser melhores - católica praticante e da escola da democracia-cristã - só tem um problema: não seria ministra para este tipo de governo. A agricultura continua um desastre e não é por rezar que chove mais ou há menos incêndios. Por ultimo, Pedro Mota Soares, eleito o melhor deputado na legislatura passada, embrulhou-se no código contributivo, fazendo aquilo que está à mostra: cada vez menos liberdade por cada vez existirem mais e mais altos impostos. Veja-se o caso dos recibos verdes, tão bem explicado por Alexandre Borges, no 31 da Armada.

 

De seguida, Vitor Gaspar. O ''ditador'' alcunha carinhosa dos colegas em Bruxelas, entrou na cena política como um perfeito desconhecido. A sua maneira de falar, aliada a parecer demasiado sério e até com um humor europeu simpático, transformaram-no no preferido de muita gente. É graças a ele que as duras medidas foram toleradas. Se Gaspar diz, então deve ser verdade, ouvia-se. Infelizmente (para ele), o estado de graça acabou. O ministro é o grande culpado da manifestação de 15 de Setembro.

 

Por último, Passos Coelho. Admito que no inicio achava que o homem ia ser diferente. A sua equipa de assessores prometia muito. Era o liberalismo com tomates que este país precisava. Era um governo que ia fazer muitos inimigos mas os inimigos certos. Eu estava errado. Porque eles também. Faltou estudo a este governo. Faltou, talvez coragem. De certeza que faltou vergonha na cara.

 

Em relação aos outros ministros nem vale a pena falar. De Álvaro a Aguiar-Branco, passando por Paula Teixeira Pinto, o conjunto de erros, incompetências e simples idiotices fala por eles.

 

Portanto, será justo admitir que este governo - tal como o anterior - tem os dias contados. Já chega. A solução apresentada não é do agrado dos portugueses. E a razão da manifestação, protesto ou desabafo de Sábado passado é essa mesma. O que estão a fazer está mal. Prova disso, mais que o número de gente envolvida, foi o tom. O tom, desta vez, foi agressivo. Quando 500 mil pessoas gritam o hino do país com raiva, alguma coisa está mesmo muito mal. Talvez seja hora de ter cuidado com os próximos passos, Passos.

 

O povo perdeu a paciência mas ainda não perdeu a calma. Ainda.


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