Expressa o facto no momento em que se fala. Pessoal e transmissível.
26
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 19:41link do post | comentar

 

Sobre isto:

 

Um conjunto alargado de deputados e destacados militantes do PS vai participar no Congresso Democrático das Alternativas, que tem como principal objectivo unir e criar uma alternativa de esquerda num país que “continua amarrado a um Memorando da troika que não é do seu interesse”.



Pedro Nuno Santos, Isabel Moreira, Mário Ruivo, Maria Antónia Almeida Santos, Duarte Cordeiro, Pedro Alves, Ana Catarina Mendes, Sérgio Sousa Pinto e João Galamba subscreveram o documento “Resgatar Portugal para um futuro decente”, que hoje é apresentado em Lisboa.

 

 

António José Seguro disse-me que o PS vai ser "firme" contra os deputados socialistas que assinaram o documento a querer romper com o memorando da troika.

 

Por sua vez, a assessora de imprensa de António José Seguro disse-me que ele não ia responder a questões sobre a condenação de Ricardo Rodrigues e que este iria recorrer.


25
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 21:28link do post | comentar

Portugal  está cabisbaixo. Desta vez graças à crise e a austeridade. Pouco importa a razão, estamos sempre assim. Tristonhos, podíamos estar melhor. Nunca estaremos bem. Nós, os portugueses, temos qualquer coisa contra estar bem. É o destino do país que nasceu com o filho a bater na mãe e ainda espera por um rei desaparecido no nevoeiro.

 

Este país de cara fechada em relação ao futuro tem, de vez em quando, uma oportunidade para uma exaltação nacional. Normalmente, este sentimento só vem através do futebol. O que, diga-se, é melhor que ao estilo norte-americano de patriotismo através de guerras. Há esse papel do desporto – e principalmente do futebol – em substituir os confrontos entre nações por uma equipa contra outra, de modo civilizado.

 

Então, o futebol vale para aligeirar o pesaroso semblante inerente a Portugal. Por estes dias, a Selecção Portuguesa de Futebol vai brilhando num espaço cada vez mais hostil para os seus cidadãos. É Miguel Veloso, Raul Meireles e Moutinho contra as obrigações da troika; Fábio Coentrão e João Pereira correndo contra a corrupção instalada; Pepe e Bruno Alves, uma muralha contra a tristeza generalizada, e, por fim, o trio de avançados, com Cristiano Ronaldo à proa a mostrar que não foi só nos Descobrimentos que Portugal se fez valer ao Mundo.

 

Portanto, é o futebol – e ainda bem que é o futebol – que nos faz sair da pasmaceira actual, deste vai-não-vai de impostos, cortes nas ajudas e de dias cada vez mais difíceis de passar.

 

Este texto foi propositadamente escrito antes das meias-finais do Euro 2012 onde Portugal jogará com Espanha o acesso à final. E assim foi, por já basta. Não porque não quero ver o caneco em Lisboa, dar a volta ao Marquês ou mesmo ir esperar a equipa ao aeroporto. Acho que já basta, pois esta equipa mostrou em campo que merece a lealdade de um país. Porque nestes dias, ganharam adeptos, fãs e pátria. É graças àqueles que estão por terras polacas e ucranianas que o hino é cantado com um arrepio. Que após os 90 minutos há danças, gritos e saltos. É graças a eles, que já tanto foram criticados, que Portugal se alegrou. Por uns momentos, o corte no subsídio de férias não foi notado e tampouco importa. Portugal ganhou, ganha e quiçá ganhe na quarta-feira. Pelo que me toca, enquanto português, quero ver o título em Lisboa. Mas também pelo que me toca, enquanto o mesmo português, já estou agradecido. O que a equipa portuguesa fez foi um favor à pátria. E assim,  ganharam o direito a não serem criticados. Se, contra Espanha perderem, vou bater palmas. Pelo que fizeram a Portugal. Porque merecem.

 

Crónica Clique


21
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 17:44link do post | comentar

 

Há dias assim que compensam, em larga medida, os dias ao contrário. Estes dias, como o dia de hoje, são dias de brinde à vida. Estes dias, meras horas seguidas, nascem ao acordar. Acordar bem-disposto é requisito para o brinde. Crescer a alegria exponencialmente até adormecer são os dias de vitória. Hoje ganhei e hoje tudo corre bem. São as boas notícias que se sucedem. E são todas boas, as notícias.

 

Proponho então um brinde à vida, à vontade do freguês. Com um copo na mão ou uma mão na mão. Sozinhos com um cigarro ou sem, acompanhados de amigos e família, também. Não interessa, porque a vida, hoje, merece um brinde.

 

Há dias assim. Em êxtase. Dias felizes. Dias bons. São estes dias que compensam os maus. E um dia destes, compensam uma vida de dias maus. Por hoje. Amanhã é outro dia.

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14
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 17:21link do post | comentar

 

Isto de ser um ''freedom fighter'' tem que se lhe diga. Por usar boina, andar pelo Sul das Américas e gritar ''viva o povo!'' não devia ser desculpa pelas enormes atrocidades cometidas por um assassino.

 

Hoje é o aniversário de Ernesto Rafael Guevara de la Serna, ''Che'' Chevara para os amigos.

 

Deixo esta citação que mostra bem o mal:

 

"To send men to the firing squad, judicial proof is unnecessary. These procedures are an archaic bourgeois detail. This is a revolution! And a revolutionary must become a cold killing machine motivated by pure hate. We must create the pedagogy of the paredón"

 

Agradeciementos ao Ricardo Lima pela lembraça dos 84 anos do ''carniceiro mais fotogénico da História do socialismo''.


07
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 22:30link do post | comentar

 (texto com banda sonora, ler ouvindo a música)

 

A vida, tal como a morte, é infinita. A vida, tal  como é vista pelas crianças, não acaba. Ter menos de dez anos é ser consciente do futuro que não vai chegar. Uma semana é um mundo de tempo, naqueles que têm menos de dez anos.

A vida, tal como a morte, deve então ser vista com o olhar de uma criança. Com o infinito por descobrir, com o porquê na ponta da língua, sem nunca, mas nunca deixá-lo escapar. Assim, pode ser que a morte não vença a vida. Pode ser que assim, a eventualidade eterna da morte fique, pelo menos, em pé de igualdade com a vida. Viver não é morrer. Viver é tal como a liberdade, um fim em si mesmo. Viver por viver, ser livre para viver, em última análise viver porque se é livre de viver.

Uma criança não sabe que as coisas acabam. O dia é interminável, um ano é longínquo como o Sol. Até esse, para uma criança, está mais perto que o fim.

 

No debate sobre o fim da vida, injustiça é a palavra de ordem. Nunca há mortes a tempo, em circunstâncias normais ou sequer que falham a pena. A toxicidade da morte está em saber que ela é maior que a vida. Por mais preenchida que esta seja será, invariavelmente, vencida. Então, só há uma maneira de rejeitar a morte. De colocá-la onde ela merece. Num buraco escondido, no pior sítio possível. Só a vida pode ganhar à morte. A vida, como uma criança de dez anos a vê, é superior à morte. A morte, até agora, é o fim. Não se sabe se vem alguma coisa após. Só se sabe que é o fim. Mas a vida, pelos olhos infantis, nunca acaba. Nesse vida perfeita, ninguém morre, nada acaba porque o tempo é longo. Não há velhos, há apenas mais velhos que nós. Não há doenças sem salvação, há apenas percalços que levam ao hospital. A infantilidade da vida permite uma autêntica rejeição da morte. Porque esta não merece mais.

 

Para uma criança, não interessa deus, não interessa a vida, muito menos a morte. Isto são coisas de desenhos animados. Na vida real de uma criança, o dia não acaba a dormir. A manhã seguinte não significa que passou um dia. Significou apenas isso. A manhã. E não é mais uma manhã. É a manhã que vai ajudar a desvendar mais um bocado da vida. A manhã enquanto princípio, não como continuação. O problema foi deixar de ter olhos de criança de dez anos. O problema foi começar a juntar as manhãs, contabilizando-as, quase como sabendo de antemão quantas manhãs ainda nos faltam.

 

Pois se viver é viver e por isso é maior que morrer que se viva. Que se possa viver, mas desta vez sabendo que a morte foi vencida em vida. E que o fim é apenas uma eventualidade que não merece ser respeitada. Deve ser contrariada, se possível insultada. Por apenas uma razão: porque faltou viver. Porque morrer interrompe a vida e a vida nunca acaba, ou nunca deveria. Há sempre tantas coisas por fazer.

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06
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 16:22link do post | comentar | ver comentários (4)

Há qualquer coisa na crise que faz os portugueses irem almoçar e jantar fora. Um quase grito de desespero misturado com o abandono de esperança num futuro mais simpático. Assumir a desgraça futura pode, então, relacionar-se com gastar dinheiro, comendo e bebendo bem. Prazeres simples da vida – esses de comer e beber bem – gastando o que ainda se tem, com consciência que mais vale ali que em impostos. Impostos esses, que por sua vez, alimentam outras barrigas, obviamente com o mesmo sentimento de desistência. ‘’enquanto posso vou comer bem’’ – pensam as pessoas. ‘’Enquanto posso, vou comer ainda melhor’’ – pensam os bem-pensantes do Parlamento.

 

Ora veja-se a ementa: começa em bacalhau do Atlântico. Claro, seria impensável ter uma equipa de futebol no Europeu e, nós por cá, alimentarmos os nossos representantes com bacalhau artificial. Nós, tradicionalmente comedores de bacalhau – pelas minhas contas existem cerca de 324 receitas de bacalhau – temos que fornecer o melhor bacalhau a outros bacalhaus.

 

De seguida, as aves. A vergonha a nível internacional seria catastrófica se, porventura, os senhores do Parlamento comessem frango assado. Imagine-se um alto dignitário de uma grandiosa nação, ao visitar o Parlamento de todos os portugueses e encontrar, não um, mas todos os deputados em amena cavaqueira com uns míseros frangos assados na mesa. Seria, portanto, um desastre bíblico: pobre Dr. Paulo Portas, a ter que representar o país por esse mundo fora, sabendo de antemão que, na cabeça dos outros MNEs estaria a frase: ‘’Lá vem ele, o ministro dos negócios estrangeiros daquele país que come frango assado’’. Seria impossível conduzir qualquer tipo de acordo. Obviamente que pombo torcaz e rola, se confeccionados propriamente, devem ser obrigatórios em qualquer cantina, ou até em qualquer canto da Assembleia da República. Quais sandes de leitão, eu quero a minha sandes de rola perfumada de trufas brancas.

 

Obviamente, que tais iguarias podem, como se diz por aí, embuchar. Não queremos isso e a água – que não pode ser da torneira (malditos senhores das Águas de Portugal, sempre a chular o Zé Povinho – deve estar reservada apenas para aquele sítio onde se fala e faz leis e tens umas poltronas. E como país, tendencialmente católico in vino veritas! Para quem não sabe é latim e tem a ver com vinho. Aquele de cartão, por manifesta preocupação de quem não tem casa e dorme na rua, deve ser excluído das mesas parlamentares. 12 variedades de vinho verde, 15 de tinto, desde que seja alentejano ou do Douro. No entanto, parece-me pouco para uma nação com um nível fiscal igual ao dos países mais ricos da ponta mais fria da Europa. Creio que menos de 25 variedades de cada, faltando o vinho branco, é uma afronta à dignidade nacional e, como é obvio, à própria soberania.

 

Por esta hora, já os nossos representantes estão bem alimentados. Mas engane-se quem ache que um país com ministros a exercer tão bem certas e determinadas pressões, podem ir trabalhar com algo tão singelo como uma refeição. Segue, pois, o digestivo. Uma rola pode ser bastante indigesto, e não há-de ser um moscatel que vai resolver o problema. O whisky, aquele da Assembleia, tem de ter pelo menos uns bons 20 anos. O que seria obrigar os nossos excelsos deputados a bebericarem aquela bebida com apenas 10 anos. A afronta seria tal que o mais provável seria uma invasão espanhola.

 

Agora sim. Bem comidos e excepcionalmente bem bebidos os nossos parlamentares podem voltar à sua labuta diária. Salvando o país e mais, mantendo Portugal ao nível das suas refeições.


01
Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 06:23link do post | comentar

Isto não pode ser, diz ela sem poder dizer que não. Eu sei que não pode ser, eu sei que tens uma relação, diz ele, querendo mas lembrando-se do passado. Mas eu gosto de ti, eu era capaz de me apaixonar por ti. Não te amo, amo-o a ela. Mas era capaz de te amar. Dá-me 48 horas para ver se te posso amar, desculpa-se ela. Sabes que eu não serei assim amanhã, o fim desta noite é uma despidada. Amanhã não vai ser assim, moraliza ele.

 

Eu sei, mas eu quero. Leva-me à praia, sim. À uma e meia, acordo-te, ligo-te ao meio dia e vens-me buscar.

 

Ok.

 

Gostas de mim?

 

Não posso responder. Conheci-te hoje, como é que posso responder a isso?

 

Eu gosto de ti. Como é que podes dizer isso? Conheceste-me hoje, à umas horas. Sim, mas eu gosto de ti. Há coisas que não se explicam.

 

Vamos, para onde não há luz. Olha para mim, e ela? Como é que te vais sentir quando fores dormir com ela?

 

Gostas de mim?

 

Gosto de estar contigo.

 

Eu gosto de ti.

 

(...)

 


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