Salva-me daquilo que mais me amedronta. Não sei o que é, ainda por cima. Não sei quem és, tu que me vais salvar. Impede toda a tristeza e abraça-me. Não peço muito. Nem um mundo nem uma lua, dá-me apenas conforto e paz. Não encontro em mim o que procuro, peço-te então o que não consigo por mim e é tanto. Faz o tempo voltar atrás e avisa-me daquilo que errei. Eu sei que não se pode fazer o tempo voltar atrás. Que não existe isso de piores ou melhores tempos. Que se vai passando de nível atrás de nível. Com sorte atinges um estado de serenidade e paz. Com sorte encontras alguém que te ajude e que possas ajudar a ser melhor. A quebrar barreiras - vulgo cliché - mas a ser um pouco mais que o que já foste. Mais completo, mais disperso das minudências do estar para finalmente ser! E ser tão grande e tão feito e tão único e ao mais tempo tão simples e tão feliz.
Tão feliz quanto o que podes ser. É correr sem que os pulmões digam que não há oxigénio suficiente para o esforço. Mas correr infinitamente sem fugir. Correr por correr. Deixar que o tempo deixe de existir e só exista o que está no presente e só isso interessa. O que passou e está para passar são sombras do mesmo objecto, apenas com pontos de luz diferentes.