Vivemos num sítio sem dolo nem dor onde o mundo anda todos os dias sem perguntar se pode. Sem preocupação com o que acontece, o dia passa e outro também e mais um e ainda outro. Cá estamos para mais um dia. Há quem não aguenta num acto de cobardia em extrema coragem, não sei, mas fogem ou enfrentam a sua própria morte com a escolha de acabar.
E cá estamos para mais um dia. O que estamos cá a fazer ou para onde vamos? Interessa? Sim, em parte. Na outra parte, há a profissão, o amor, a filosofia que tenta justificar determinada acção, mas e então?
Depressão e recessão, crise e fome, abundância e um mundo de sonho. Um vida adiada e outra atrasada como um presente que se mostra no que passou ou naquilo que está para chegar. Nós quem somos? Um produto de alguma coisa ou uma coisa de alguma produção. Somos um espirro de uma geração e queremos ser imortais, escrevendo-nos na História.
Um encolher de ombros para concluir. Será isso, na melhor das piores hipóteses. Resta-nos isso, um encolher de ombros mais ou menos significativo, de encher peito ou altamente indiferente. Um encolher de ombros. Só e tanto isso.