Expressa o facto no momento em que se fala. Pessoal e transmissível.
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Jun 12
publicado por José Maria Barcia, às 21:28link do post | comentar

Portugal  está cabisbaixo. Desta vez graças à crise e a austeridade. Pouco importa a razão, estamos sempre assim. Tristonhos, podíamos estar melhor. Nunca estaremos bem. Nós, os portugueses, temos qualquer coisa contra estar bem. É o destino do país que nasceu com o filho a bater na mãe e ainda espera por um rei desaparecido no nevoeiro.

 

Este país de cara fechada em relação ao futuro tem, de vez em quando, uma oportunidade para uma exaltação nacional. Normalmente, este sentimento só vem através do futebol. O que, diga-se, é melhor que ao estilo norte-americano de patriotismo através de guerras. Há esse papel do desporto – e principalmente do futebol – em substituir os confrontos entre nações por uma equipa contra outra, de modo civilizado.

 

Então, o futebol vale para aligeirar o pesaroso semblante inerente a Portugal. Por estes dias, a Selecção Portuguesa de Futebol vai brilhando num espaço cada vez mais hostil para os seus cidadãos. É Miguel Veloso, Raul Meireles e Moutinho contra as obrigações da troika; Fábio Coentrão e João Pereira correndo contra a corrupção instalada; Pepe e Bruno Alves, uma muralha contra a tristeza generalizada, e, por fim, o trio de avançados, com Cristiano Ronaldo à proa a mostrar que não foi só nos Descobrimentos que Portugal se fez valer ao Mundo.

 

Portanto, é o futebol – e ainda bem que é o futebol – que nos faz sair da pasmaceira actual, deste vai-não-vai de impostos, cortes nas ajudas e de dias cada vez mais difíceis de passar.

 

Este texto foi propositadamente escrito antes das meias-finais do Euro 2012 onde Portugal jogará com Espanha o acesso à final. E assim foi, por já basta. Não porque não quero ver o caneco em Lisboa, dar a volta ao Marquês ou mesmo ir esperar a equipa ao aeroporto. Acho que já basta, pois esta equipa mostrou em campo que merece a lealdade de um país. Porque nestes dias, ganharam adeptos, fãs e pátria. É graças àqueles que estão por terras polacas e ucranianas que o hino é cantado com um arrepio. Que após os 90 minutos há danças, gritos e saltos. É graças a eles, que já tanto foram criticados, que Portugal se alegrou. Por uns momentos, o corte no subsídio de férias não foi notado e tampouco importa. Portugal ganhou, ganha e quiçá ganhe na quarta-feira. Pelo que me toca, enquanto português, quero ver o título em Lisboa. Mas também pelo que me toca, enquanto o mesmo português, já estou agradecido. O que a equipa portuguesa fez foi um favor à pátria. E assim,  ganharam o direito a não serem criticados. Se, contra Espanha perderem, vou bater palmas. Pelo que fizeram a Portugal. Porque merecem.

 

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